Tempo de leitura: 8 minutos
Uma variedade de remédios
A DETERMINAÇÃO de perder peso pode levar a extremos. Em casos de grave obesidade, uma terapia moderna é amarrar com fios as mandíbulas do paciente. Deste modo, o comedor impulsivo vê-se obrigado a sustentar-se unicamente por meio de líquidos.
Ainda mais drástica é a operação de “ponte” que elimina a passagem do bolo alimentar pela maior parte do intestino delgado e parte do grosso. Os nutrientes são absorvidos pelas paredes de nossos intestinos. Assim, esta medida significa que o alimento passa pelo corpo sem ser assimilado. Felizmente, tal operação é usualmente reversível. Mesmo assim, apresenta uma taxa de mortalidade de 5 por cento.
Drogas e Pílulas Para Emagrecer
Logo depois da Segunda Guerra Mundial, usaram-se extensivamente as anfetaminas para reduzir o apetite. Mas o quadro mudou dramaticamente. Um Grupo de Trabalho estabelecido pela Associação Britânica de Medicina, em 1967, comunicou: “Tais drogas devem ser evitadas tanto quanto possível no tratamento da obesidade.” Por quê? Porque as anfetaminas podem levar a séria dependência e amiúde produzem efeitos colaterais prejudiciais.
Nos anos mais recentes, drogas conhecidas como “anoréxicas” foram desenvolvidas. Muitas pessoas, porém, ficaram amargamente decepcionadas com elas. São anunciadas como meio de aumentar a utilização da glicose pelos tecidos, levando a menos depósitos de adiposidades. São eficazes? Um médico britânico, o Dr. Michael Spira, comunica: “A evidência de que isto realmente aconteça não parece muito convincente.”
Que dizer das “pílulas para emagrecer”? Algumas drogas mencionadas acima caem nesta categoria. Também, o mercado acha-se inundado de pílulas de todos os tipos e tamanhos, que contêm coisas tais como extratos glandulares, vitaminas, celulose de metila, hormônios — ou simplesmente laxantes! A variedade de pílulas é deveras ampla, mas há muitas dúvidas quanto à comprovada efetividade delas no tratamento geral da redução de peso.
Exercício?
Será que a solução para a redução de peso é o exercício? Sim, até certo ponto. Afinal de contas, vivemos num mundo que poupa esforços. O gasto normal de energia em assuntos de rotina tais como subir escadas é não raro posto de lado em favor do elevador. Andar até as lojas, ou mesmo de ida e volta da escola, é trocado pelo percurso de carro. As máquinas assumem grande parte dos gastos de energia nas tarefas domésticas. Similarmente, as ocupações sedentárias exigem pouco esforço físico. Em muitas terras, hoje, a tendência é não utilizar muito o corpo, os músculos tendem à flacidez e grande parte das reservas energéticas do corpo se transforma em adiposidade.
Para ajudar a restaurar o equilíbrio, várias idéias dominam o mercado, de tempos a tempos. Há alguns anos atrás, o bambolê era a coqueluche para diminuir cinturas volumosas. Máquinas de remar e bicicletas ergométricas, vibradores para massagens e uma infinidade de outros aparelhos que usam cordas e roldanas estão sempre disponíveis para compra, ou são usados em clubes e clínicas médicas.
Uma forma popularíssima de exercício, hoje, é a corrida de passos curtos ou jogging. No entanto, pode ser deveras perigoso para uma pessoa obesa empenhar-se em exercícios estrênuos. Mesmo para a pessoa ativa, esforçar-se demais numa corrida de passos curtos, sem uma preparação adequada, é arriscado. Para as pessoas que não têm condições de correr assim, vigorosa caminhada pode ser proveitosa — todavia, encare o fato de que andar uns 1.600 metros por dia resultará numa perda de peso inferior a uns 450 gramas por mês! Obviamente, contudo, o exercício deveras ajuda a, reduzir o peso, visto que qualquer empenho físico significa que as calorias estão sendo utilizadas, ao invés de estocadas pelo corpo como adiposidade.
Ao todo, muitos que advogam vários métodos para se perder peso discordam em pontos vitais. Não existe nenhum fator comum no emaranhado de remédios para a redução de peso? Sim, existe um.
A Questão Fundamental
“A obesidade é resultado de se comer demais.” Estas oito palavras significativas são repetidas várias vezes em This Slimming Business (Esse Negócio de Emagrecer), de John Yudkin, professor-emérito de nutrição da Universidade de Londres, Inglaterra. A tabela da página anterior explica a si mesma.
Em todos os casos, com exceção de diminuta porcentagem, a obesidade pode ser solucionada por se regular a ingestão de comida. As pessoas que desejarem emagrecer têm de consumir menos calorias, quer por comerem menos, quer por evitarem itens com muita caloria, tais como doces. Caso procure a orientação médica para um problema de peso, as probabilidades são de que o médico irá recomendar alguma forma de dieta que o habilite a ter uma ingestão de calorias comensurável com seu gasto de energia. Inicialmente, porém, talvez seja necessária uma forma mais estrita de dieta, para reduzir seu peso aos limites normais para sua altura, idade e constituição física. Tais dados acham-se prontamente disponíveis nas companhias de seguros de vida ou em livros ou revistas sobre dietas.
Existe grande variedade de dietas. Uma dieta vegetariana obviamente será mais cara (a menos que produza suas próprias frutas e hortaliças), como também o será a dieta hiperprotéica. Tenha presente, também, que “alimentos dietéticos” especiais são usualmente mais caros e de valor duvidoso, exceto como suplementos alimentares temporários. Precavenha-se de qualquer programa de “dieta rápida”. Tais métodos podem ser muito perigosos e resultar em graves problemas de saúde, tais como úlceras.
Algumas Dicas Práticas
Uma forma de limitar sua ingestão de energia alimentar é tomar nota de tudo que come cada dia, inclusive todos os lanches entre as refeições. Avalie o conteúdo calórico total de tudo que come e bebe. Treine-se a entender os valores alimentícios e então planeje como reduzi-los sistematicamente a cada dia. Existe um perigo neste enfoque. Cuidado para não ficar absorto demais nesse empreendimento. Isso poderá privá-lo do tempo necessário para outras coisas essenciais.
Muitos acham por demais tediosa a contagem das calorias, e logo perdem interesse nisso. Uma medida mais simples de perder peso é continuar sua dieta normal, apreciando o que come, mas comendo menos. Ao invés de três fatias de pão, coma duas. Coma uma batata a menos. Ao invés de duas colheres de chá de açúcar, no chá ou no café, coloque apenas uma. Se tomar cinco xícaras destas bebidas a cada dia, haverá uma redução de cerca de 1.000 calorias por semana — uma redução nada insignificante! Preste atenção especial na redução da ingestão calórica à noite, porque usualmente nesse horário as atividades físicas são limitadas. Não espere resultados espetaculares com este enfoque. Mas, por certo período de tempo, perderá peso lentamente — e este é o melhor modo de fazê-lo.
Tal enfoque da situação se harmoniza com o conselho da Bíblia de ‘comer e beber com regozijo’, mas evitar o ‘excesso no comer, e a imoderação no beber’, por causa dos efeitos adversos que tais abusos produzem, não apenas fisicamente, mas no acatamento da pessoa a importantes assuntos espirituais da vida. — Ecl. 9,7; Luc. 21,34.
Neste ponto, talvez seja útil considerar algumas dicas que resultaram úteis em certos casos. Coma apenas quando tem fome. Fazer um lanche leve, ao invés de tomar uma refeição completa, de tempos a tempos, não o prejudicará em nada. Evite “petiscar” quando vê TV, lê ou simplesmente conversa com os amigos. Beber algo cerca de meia hora antes duma refeição abrandará seu apetite e beber um pouco de líquido junto com as refeições o ajudará a sentir-se satisfeito com menos comida. Mastigar cabalmente produz maior satisfação em comer, e verificará que, por assim fazer, também comerá menos. Conceda a si mesmo tempo para apreciar as refeições. Comer lentamente pode ajudá-lo a eliminar a gordura excessiva. O Dr. Theodore Van Itallie, especialista em obesidade, disse numa entrevista publicada em Psychology Today (Psicologia Atual): “A taxa de ingestão de comida pode ser um fator. Há pessoas que engolem mui rapidamente suas refeições. Alguns pesquisadores crêem que, se comer às pressas seus alimentos, os sinais de saciedade que por fim lhe dizem que é tempo de parar talvez não tenham tempo de entrar em ação.”
A determinação e o domínio próprio são essenciais em qualquer progresso em direção à redução de peso. Ler sobre esse problema, ou consultar médicos, não é substituto para o esforço pessoal.
INGESTÃO CONSUMO RESULTADO
Alimento 2.000 Energia 2.000 Peso constante.
(Energia) calorias calorias
Alimento 2.000 Energia 2.500 Perda de peso, à medida
(Energia) calorias calorias que corpo recorre às reservas
de gordura para enfrentar o
déficit de 500 calorias.
Alimento 2.000 Energia 1.500 Aumento de peso, à medida que
(Energia) calorias calorias o corpo deposita 500 calorias
extras em forma de
adiposidade.
Fonte: Awake!